Escrito por Niket Nishant e Manya Saini.
De acordo com o CEO da Coinbase, Brian Armstrong, a futura gestão dos Estados Unidos terá uma postura positiva em relação às criptomoedas, independentemente do partido vencedor, refletindo a crescente influência política da indústria antes das eleições de novembro.
O mercado de criptomoedas, conhecido por sua alta volatilidade, é considerado um setor de nicho arriscado e tem sido alvo de investigações rigorosas da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, que alega violações das leis de valores mobiliários.
Porém, o suporte de empresas de Wall Street e grandes corporações como Elon Musk, juntamente com a aceitação dos fundos de criptomoedas negociados nos Estados Unidos, contribuíram para tornar a criptomoeda mais popular. Tanto os partidos republicano quanto democrata também reconheceram o crescente interesse da indústria nas recentes semanas.
Os apoiadores da criptomoeda estão se unindo como um grupo de eleitores influentes, e os legisladores de diferentes partidos estão percebendo isso, o que está levando a um aumento no apoio para a aprovação de medidas abrangentes relacionadas à criptografia, de acordo com Armstrong em suas declarações aos analistas.
A principal plataforma de criptomoedas dos Estados Unidos está enfrentando a Comissão de Valores Mobiliários (SEC) em uma batalha judicial, pois o órgão regulador processou a Coinbase no ano passado por não ter se registrado como uma exchange.
Nesse ínterim, três importantes comitês de ação política pró-criptomoedas – Fairshake, Defend American Jobs e Protect Progress – que não haviam sido criados antes deste período eleitoral, arrecadaram mais de 230 milhões de dólares para apoiar candidatos favoráveis à causa.
Essa iniciativa está gerando impacto positivo para os dois lados. Na semana passada, o candidato republicano à presidência, Donald Trump, anunciou planos de formar uma reserva de bitcoins. Por outro lado, os assessores da vice-presidente democrata Kamala Harris entraram em contato com as principais empresas de criptomoedas para fortalecer as relações, conforme reportado pelo Financial Times.
Dan Coatsworth, analista de investimentos da AJ Bell, afirmou à Reuters que se Donald Trump for eleito, sua postura a favor das criptomoedas poderá impulsionar a indústria.
“A posição de Kamala Harris ainda não é conhecida, porém há relatos sugerindo que ela possa adotar uma postura menos rígida do que Joe Biden.”
Isso representaria um importante triunfo para a indústria, que há anos vem alertando que a ação repressiva da SEC levará os empreendedores de criptomoedas a se estabelecerem no exterior.
Mike Colonnese, analista da corretora H.C. Wainwright & Co, afirmou que uma nova regulamentação poderia atrair mais investimento de instituições financeiras para o setor, que antes teria sido ignorado.
Respeito pela decisão da Chevron.
O CEO da Coinbase, Armstrong, expressou sua aprovação em relação à recente revogação de uma doutrina conhecida como “Chevron deference” pela Suprema Corte. Essa doutrina orientava os juízes a aceitar as interpretações de leis federais feitas por agências governamentais em casos de ambiguidade.
Amplamente considerado como um revés para os poderes da agência federal, a determinação afirmou que é responsabilidade dos tribunais, e não das agências, interpretar as leis.
“Interpretamos esse caso como uma demonstração da desconfiança da Suprema Corte em relação à fiscalização da agência, o que consideramos algo benéfico para o nosso setor”, afirmou Armstrong, que é um crítico contundente da SEC.
No mês passado, Coinbase incluiu em seu conselho o antigo Procurador Geral dos EUA Paul Clement, um advogado de destaque no processo que resultou na decisão da Chevron.
“Os analistas do Citigroup afirmaram recentemente que a alteração na paisagem eleitoral dos EUA e a revisão do precedente de longa data da Suprema Corte sobre o caso Chevron alteraram a forma como percebemos os potenciais riscos regulatórios associados à Coinbase.”
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