China, principal importador global de carne bovina, e Brasil, principal fornecedor, planejam implementar um projeto experimental visando tornar a produção de carne de bovino mais sustentável, conforme divulgado pela mídia estatal.
A carne bovina é vista como um alimento muito rico em sabor, principalmente no Brasil, onde a produção de alimentos está ligada ao desmatamento de áreas florestais para o comércio de carbono.
A Administração Estatal da China para o Regulamento do Mercado se reuniu com instituições do Brasil para debater estratégias visando assegurar a transparência na cadeia de fornecimento de carne bovina e o desenvolvimento de uma plataforma de rastreamento internacional. A informação foi divulgada pela CCTV, sem maiores detalhes sobre a data do encontro.
Os países chegaram a um consenso de que um padrão global unificado é essencial para o sistema de rastreamento, o que também contribuiria para combater a falsificação de carne bovina.
As empresas chinesas priorizam muito os preços em detrimento da sustentabilidade, no entanto, estão gradualmente demonstrando interesse em adquirir suprimentos mais ecológicos.
Ao contrário das iniciativas de sustentabilidade no Ocidente, que frequentemente são lideradas pelos consumidores, na China a mudança é principalmente impulsionada por medidas políticas e pressão dos investidores.
Pessoas que lidam com negociações e análises de sustentabilidade afirmam que a demanda por produtos sustentáveis pode ser limitada devido aos custos mais altos e dificuldades logísticas.
No Brasil, a atividade pecuária está associada a quase um quarto do desmatamento tropical anual em todo o mundo e cerca de 10% das emissões globais de gases de efeito estufa, de acordo com a ONG ambiental The Nature Conservancy.
A criação de gado é a atividade mais frequente em áreas desmatadas na região amazônica e no cerrado, apesar das restrições legais, sendo uma prática que persiste de forma ilegal.
Em 2023, a China importou 2,74 milhões de toneladas de carne bovina, sendo que mais de 40% desse total veio de produtores sul-americanos, como indicam os registros aduaneiros chineses.
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